A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, na última terça-feira (6), um projeto de lei que pode transformar de maneira significativa a vida dos trabalhadores aposentados no Brasil.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma espécie de poupança compulsória criada para proteger o trabalhador em caso de demissão sem justa causa. Essa reserva financeira é formada por depósitos mensais feitos pelo empregador, correspondentes a 8% do salário do trabalhador.
A proposta em questão garante a isenção do desconto do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para aposentados que continuam no mercado de trabalho.
A medida, que agora segue para votação no plenário do Senado, traz consigo uma série de implicações para a Previdência Social e para o equilíbrio das contas públicas.
O projeto de lei aprovado
O projeto de lei foi aprovado por meio de votação simbólica, o que indica um consenso significativo entre os parlamentares da CAE. No entanto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), votou contra a proposta.
Wagner argumentou que a isenção poderia causar prejuízos à Previdência Social, uma vez que diminuiria as contribuições e, consequentemente, aumentaria o déficit previdenciário.
Ele destacou que, embora os aposentados não gerem novas aposentadorias, a contratação desses profissionais no lugar de trabalhadores que ainda contribuem para o sistema poderia agravar os problemas financeiros do INSS.
As vantagens para as empresas
A proposta, inicialmente apresentada pelo ex-senador Mauro Carvalho Junior (União-MT), foi relatada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT). Em seu parecer, Buzetti fez questão de incluir um limite para a isenção, com o intuito de minimizar os impactos financeiros sobre a Previdência Social.
Segundo o texto aprovado, empresas com até dez empregados poderão contratar um aposentado com direito à isenção do FGTS e da contribuição previdenciária. Para empresas que possuem entre 11 e 20 trabalhadores, será permitido contratar até dois aposentados nessas condições. Em companhias maiores, a isenção será limitada a 5% do total de funcionários.
O porquê das limitações
Essas limitações foram estabelecidas para incentivar a contratação de trabalhadores idosos e aposentados, permitindo que as empresas aproveitem a experiência desses profissionais sem os encargos financeiros que normalmente acompanham essas contratações.
A medida visa não apenas reduzir os custos para os empregadores, mas também fomentar a reintegração de profissionais aposentados ao mercado de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.
Veja também:
- Recebe Bolsa Família? Seu crédito extra já pode estar disponível
- Mudanças à vista; entenda a reformulação do CadÚnico e prepare-se!
- BPC EM RISCO!Pente fino afeta mais de 1,1 Milhão de pessoas; Confira se você está na lista
Uma análise mais detalhada
A nova lei que propõe isenção do FGTS e do INSS para aposentados enfrenta análise detalhada quanto aos seus impactos financeiros e econômicos.
Durante a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o senador Jaques Wagner destacou a necessidade de um estudo aprofundado, que está sendo elaborado pelo Ministério da Fazenda, com prazo de dez dias para apresentação.
Esse estudo é fundamental para avaliar como a isenção afetará o equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade da Previdência Social.
A atual situação da proposta
A proposta já passou pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e segue agora para votação no plenário do Senado. A aprovação no Senado e, posteriormente, na Câmara dos Deputados, será fundamental para transformar essa isenção em lei.
O projeto visa incentivar a contratação de aposentados, criando um ambiente favorável para que empresas aproveitem a experiência desses profissionais sem os custos adicionais habituais.
Se aprovada, a nova lei pode aumentar significativamente a contratação de aposentados por empresas de todos os portes, contribuindo para o desenvolvimento econômico e ajudando a mitigar os desafios do envelhecimento populacional no Brasil.
Assista: