Fila do INSS ultrapassa 1,7 milhão de pedidos e preocupa segurados. Saiba o que está causando os atrasos e os desafios enfrentados pelo sistema.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta uma crise crescente, com a fila de espera por benefícios atingindo 1,798 milhão de pedidos em setembro de 2024.
Em princípio, o número representa um aumento de 33% em apenas três meses, comparado aos 1,353 milhão registrados em junho.
Por sua vez, a lentidão na análise tem gerado grande preocupação entre segurados que dependem dos benefícios para manter sua estabilidade financeira.
A situação reflete uma combinação de fatores que têm sobrecarregado o sistema e dificultado o atendimento aos segurados. Veja a seguir.
Crescimento de processos atrasados
Entre junho e setembro, o número de processos pendentes há mais de 45 dias aumentou significativamente, saltando de 541,2 mil para 705 mil. O tempo médio para concessão de benefícios, que era de 39 dias, subiu para 41 dias.
A saber, os principais fatores por trás da crise no INSS são:
- Greves e problemas no sistema
- As paralisações de servidores e peritos médicos, ocorridas nos últimos meses, contribuíram diretamente para o acúmulo de processos.
- O sistema informatizado do INSS, frequentemente instável e sobrecarregado, também dificulta a tramitação dos pedidos e prolonga os prazos de análise.
- Aumento da demanda
- O envelhecimento da população brasileira e a maior expectativa de vida aumentaram a procura por benefícios previdenciários.
- A redução da taxa de fecundidade diminui o número de contribuintes, agravando o desequilíbrio financeiro da Previdência Social.
- Insuficiência de pessoal
- A falta de servidores capacitados para atender à crescente demanda resulta em atrasos frequentes na análise dos pedidos e no atendimento presencial.
- A rotatividade de funcionários e a ausência de investimentos em treinamento profissional têm comprometido ainda mais a eficiência do sistema.
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Desafios adicionais enfrentados pelo INSS
Além dos problemas operacionais, a complexidade das regras previdenciárias e a excessiva burocracia dificultam o processamento dos pedidos.
A reforma da Previdência, aprovada em 2019, trouxe mudanças para equilibrar as contas do sistema, mas não solucionou questões estruturais como a falta de recursos tecnológicos e humanos.
Reforma e o futuro da Previdência Social
Apesar de ser um marco para ajustar as contas públicas, a reforma da Previdência precisa ser complementada por investimentos em tecnologia, capacitação profissional e políticas de gestão que promovam maior eficiência.
Sem essas ações, os segurados continuarão enfrentando longas esperas, e a insatisfação com o sistema aumentará. Afinal, os atrasos no INSS afetam diretamente milhões de brasileiros que dependem de benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios-doença.
Muitas famílias têm sua estabilidade financeira prejudicada pela demora, enquanto a demora no atendimento e análise gera frustração e insegurança.
Nesse contexto, o governo precisa priorizar ações para reduzir a fila e melhorar o atendimento. Algumas medidas que poderiam ser tomadas incluem:
- Contratação de mais servidores para suprir a demanda.
- Modernização do sistema informatizado, reduzindo falhas e otimizando o fluxo de trabalho.
- Campanhas de capacitação para melhorar o desempenho dos profissionais envolvidos.
