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Microplásticos: a ameaça invisível ao cérebro humano

As partículas de microplástico se tornaram uma preocupação crescente, revelando riscos à saúde e ao meio ambiente que não podem ser ignorados.

Atualmente, a presença de microplásticos é um tema que levanta alarmes em todo o mundo, especialmente após a descoberta de que essas partículas minúsculas estão se infiltrando em nosso organismo. Invisíveis a olho nu, os microplásticos são encontrados em alimentos, bebidas e até mesmo no ar, afetando tanto a saúde humana quanto a biodiversidade.

Estudos recentes indicam que microplásticos foram identificados em locais inesperados, como o cérebro humano, levantando sérias questões sobre suas implicações para a saúde. Esses fragmentos podem assumir diversas formas, como esferas e fibras, e se acumulam em ambientes variados, sinalizando um impacto ambiental alarmante.

Presença de microplásticos no cérebro humano preocupa especialistas, reforçando o alerta sobre seu impacto ambiental e à saúde. (Foto: Freepik).

Pesquisas reveladoras sobre microplásticos

Um estudo inovador conduzido por cientistas da Faculdade de Medicina da USP, com o apoio da FAPESP e da ONG holandesa Plastic Soup, destacou a presença de microplásticos no bulbo olfatório de indivíduos que residem em São Paulo por pelo menos cinco anos. Esse órgão, responsável pela percepção de odores, pode servir como uma via de entrada para partículas nocivas.

Para garantir a pureza das amostras, os pesquisadores utilizaram métodos rigorosos, incluindo seringas de vidro e limpezas minuciosas, evitando qualquer contaminação. As análises foram realizadas no Sirius, um dos laboratórios mais avançados do mundo, localizado em Campinas, onde os resultados foram meticulosamente processados.

Resultados alarmantes

A pesquisa revelou que cada amostra de tecido cerebral continha de 1 a 4 partículas de microplástico, com tamanhos que variavam entre 5,5 e 26,4 micrômetros. O material mais comumente encontrado foi o polipropileno (PP), utilizado em embalagens, seguido por poliamida (PA) e polietileno (PE).

Impactos dos microplásticos na saúde

As consequências da presença de microplásticos no cérebro são preocupantes. O estudo sugere que essas partículas podem atravessar a barreira hematoencefálica, uma defesa natural que protege o cérebro de substâncias prejudiciais. O químico Henrique Eisi Toma destaca que os nanoplásticos, ainda menores, podem interagir de forma adversa com as células, aumentando os riscos à saúde.

Pesquisas nos Estados Unidos reforçam essas preocupações, mostrando que micro e nanoplásticos se acumulam em quantidades muito maiores no cérebro do que em órgãos como fígado e rins. Em 2024, observou-se que as concentrações de partículas plásticas no tecido cerebral eram quase três vezes maiores do que em 2016, indicando uma tendência alarmante.

Fontes de microplásticos

A crescente produção de plásticos é a principal fonte do aumento das partículas no meio ambiente. Esses microplásticos provêm de plásticos em pequenas dimensões utilizados em cosméticos e tintas, além de fragmentos resultantes da degradação de materiais maiores, que correspondem a até 80% dos microplásticos encontrados na natureza.

Estudos recentes revelam que micro e nanoplásticos já foram detectados em mais de 1.300 espécies animais, além dos humanos. Contudo, os efeitos dessas partículas na saúde ainda são pouco compreendidos, sublinhando a necessidade urgente de mais pesquisas e regulamentações eficazes.

É fundamental continuar investigando os impactos dos microplásticos em nosso corpo e no meio ambiente. A conscientização sobre essa questão é essencial para promover mudanças significativas em nossas práticas diárias. Que tal compartilhar este conhecimento e incentivar discussões sobre a redução do uso de plásticos?

Emilly Coelho

Sou graduanda em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário Sant'Anna, com especialização em redação publicitária e jornalística. Anteriormente, estudei Letras na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com mais de 5 anos de experiência na área, atualmente trabalho como redatora freelancer e especialista em estratégia de comunicação para redes sociais.

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