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Novas regras do aviso prévio e seus impactos

O aviso prévio é uma cláusula crucial no contrato de trabalho, garantindo a comunicação entre empregador e empregado em caso de rescisão. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estipula que a parte que decide encerrar o vínculo deve informar a outra com antecedência, permitindo que ambas as partes se reorganizem. A Lei nº 12.506/2011 trouxe uma mudança significativa ao instituir o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, que pode chegar a até 90 dias.

Essa nova legislação assegura que trabalhadores com maior tempo de casa tenham um prazo mais extenso de aviso prévio, proporcionando uma transição mais suave. O aviso pode ser cumprido trabalhando ou ser indenizado, dependendo da escolha do empregador ou do empregado. Além disso, a redução da jornada de trabalho para a busca de um novo emprego é um direito do trabalhador durante o aviso prévio.

Compreender como o aviso prévio funciona é vital para evitar desentendimentos e prejuízos. Conhecer seus direitos pode garantir uma demissão mais justa e sem surpresas para todos os envolvidos na relação de trabalho.

Saiba tudo sobre o aviso prévio e como ele pode afetar sua demissão ou pedido de desligamento. Créditos: Jeanne Oliveira

Como funciona o aviso prévio proporcional na prática

A Lei nº 12.506/2011 introduziu a regra do aviso prévio proporcional, garantindo ao empregado um aumento no período de aviso de acordo com o tempo de serviço. Inicialmente, todos os trabalhadores com contrato por tempo indeterminado têm direito a 30 dias de aviso prévio. Para cada ano completo de serviço, o empregado adiciona três dias ao aviso, podendo chegar ao máximo de 90 dias.

  • Funcionário com 1 ano de empresa: 33 dias de aviso prévio
  • Funcionário com 5 anos de empresa: 45 dias de aviso prévio
  • Funcionário com 10 anos de empresa: 60 dias de aviso prévio
  • Funcionário com 20 anos de empresa: 90 dias de aviso prévio (limite máximo)

Essa regulamentação é especialmente benéfica para aqueles que possuem maior tempo de serviço, proporcionando um período mais amplo para reestruturação financeira e busca de novas oportunidades no mercado de trabalho.

Aviso prévio trabalhado e indenizado: principais diferenças

No aviso prévio trabalhado, o empregado permanece na empresa durante o período de aviso. Nesse caso, ele pode optar por uma redução de jornada de duas horas diárias ou por sete dias consecutivos de ausência no final do período, sem prejuízo do salário. Essa regra visa facilitar a busca por novas oportunidades.

Por outro lado, no aviso prévio indenizado, o funcionário é liberado imediatamente, e a empresa paga o valor correspondente ao período. Se o empregado pedir demissão e optar por não cumprir o aviso, a empresa pode descontar o valor da rescisão.

Consequências do não cumprimento do aviso prévio

O não cumprimento do aviso prévio pode gerar implicações financeiras para ambas as partes. Se o empregado não cumprir o aviso após pedir demissão, a empresa poderá descontar o valor do período não trabalhado da rescisão. Caso a empresa não conceda o aviso prévio indenizado ao demitir sem justa causa, deverá compensar o trabalhador pelo período devido.

Redução da jornada durante o aviso prévio

Durante o aviso prévio trabalhado, o empregado tem o direito de reduzir sua jornada para procurar novas oportunidades. As opções disponíveis incluem:

  • Duas horas a menos por dia durante todo o período do aviso prévio
  • Sete dias consecutivos de ausência ao final do período

Esse direito, garantido pela CLT, visa proporcionar ao trabalhador a oportunidade de buscar um novo emprego sem comprometer sua situação financeira.

Reforma trabalhista e mudanças no aviso prévio

A reforma trabalhista de 2017 trouxe diversas alterações, mas as regras do aviso prévio se mantiveram. As modalidades de aviso prévio trabalhado e indenizado continuam válidas, assim como o aviso prévio proporcional. No entanto, a reforma introduziu a possibilidade de rescisão contratual por comum acordo, permitindo que empregado e empregador negociem os valores e o cumprimento do aviso prévio.

Na rescisão por acordo, o trabalhador recebe metade da indenização sobre o saldo do FGTS e pode movimentar até 80% do valor depositado, mas não terá direito ao seguro-desemprego. Nesse caso, o aviso prévio é reduzido pela metade se for indenizado.

Aviso prévio e estabilidade no emprego

O aviso prévio também impacta a estabilidade provisória no emprego. Algumas situações garantem ao trabalhador o direito de não ser dispensado sem justa causa, mesmo após receber aviso prévio. Exemplos incluem:

  • Gestantes: estabilidade desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto
  • Acidentados no trabalho: estabilidade de 12 meses após a alta médica do INSS
  • Membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): estabilidade durante o mandato e até um ano após seu término

Se um empregador conceder aviso prévio a um funcionário que possui estabilidade, a dispensa poderá ser considerada nula, obrigando a empresa a manter o trabalhador.

Impacto do aviso prévio no cálculo da rescisão

O aviso prévio influencia diretamente os valores da rescisão contratual. Ao calcular as verbas rescisórias, é necessário considerar:

  • Saldo de salário dos dias trabalhados no mês
  • Aviso prévio indenizado (se aplicável)
  • Férias vencidas e proporcionais com acréscimo de um terço
  • 13º salário proporcional
  • Multa de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa

Os empregadores devem realizar esses cálculos com precisão para evitar ações trabalhistas e possíveis penalidades.

Curiosidades sobre o aviso prévio no Brasil

Alguns pontos interessantes sobre o aviso prévio incluem:

  • O aviso prévio proporcional aplica-se apenas em dispensas sem justa causa; em demissões por justa causa, o trabalhador perde esse direito.
  • O empregado pode ser dispensado do cumprimento do aviso prévio se encontrar um novo emprego durante o período.
  • Se um trabalhador pedir demissão e cumprir o aviso, ele continua recebendo todos os direitos rescisórios normalmente.
  • A legislação do aviso prévio no Brasil segue padrões internacionais, mas em alguns países o período de aviso pode ser ainda maior, dependendo do tempo de serviço.
  • Empresas que não pagam corretamente o aviso prévio podem ser processadas e obrigadas a arcar com juros e correções.

Compreender as regras do aviso prévio é fundamental para todos os trabalhadores e empregadores. Manter-se informado sobre direitos e deveres é essencial para garantir uma rescisão contratual justa e legal.

Se você deseja saber mais sobre como essas regras podem impactar sua situação, explore mais informações sobre o tema. Compartilhe esse conhecimento com outros e esteja sempre preparado para qualquer mudança em sua vida profissional!

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